Sou amante da fotografia, e igualmente amador. Leigo em muitas matérias, no que toca à Arte de fotografar. O que tento sempre é colocar na máquina aquilo que os meus olhos vêm.
Embora a fotografia deva ser partilhada, o momento de captar é um acto de saboroso egoísmo, dado que depois vamos para casa soborear os resultados. Só depois, vem a partilha.
A minha paixão pelas fotografias mistura-se com a paixão pela Música. Ali pelos meus 12 anos, compro a minha primeira máquina, com os ganhos dos primeiros bailes. Era uma máquina razoável, de fabrico alemão, que serviu para além do tradicional uso, para as primeiras tentativas de captar paisagens, alguns pôr do sol, uns quantos no Seixal. Os resultados não eram os esperados, e muitas vezes metade do rolo não se aproveitava.
Por influência amiga, rendo-me ao slide dada a melhor qualidade obtida, e à forma de visionamento. Com actuações por todo o país, começo a carregar a máquina para todo o lado. Mau mesmo, era a espera. Os rolos eram enviados para a Agfa para serem revelados, e isso demorava sempre umas duas semanas. Também aqui o Seixal está presente, com slides feitos na Quinta do Álamo, Quinta da Trindade, e um acampamento que ficou célebre, na praia do Alfeite.
Em 1985 compro uma CanonT50, usada, que me permite abordar a fotografia para além do mero click, e é a partir daí que começo interessar-me pela sensibilidade dos rolos, pela focagem, luz, zoom, etc.
A possibilidade de viajar proporcionou-me o aumento da colecção de slides e o "vício" de fotografar. Até que surge a invasão das máquinas digitais, aquelas minúsculas criaturas que colocamos a 30cm dos olhos para tirar o retrato.
A JVC oferecera-me uma dessas coisas, e a única piada que lhe achei foi a possibilidade de ter acesso imediato às fotografias. No restante, o modo de fotografar tal como o sinto, perdia-se.
Mais tarde, em 1999 por ocasião da visita a uma Feira, deste tipo de tecnologias, tomo contacto com a nova geração de câmaras, em que podemos fotografar "à moda antiga" e usufruir das vantagens do mundo digital. No entanto os preços dos equipamentos, eram tão exagerados, que me fui mantendo meio arredado, dado que a T50 ficou encostada. As fotografias eram tiradas pela JVC, sem emoção, e sem alma.
Em 2011, decido-me a comprar uma Nikon, baixo de gama, mas capaz de satisfazer os meus apetites e capacidades fotográficas. A estreia não podia ter sido melhor, a ver o Jorge Palma, no dia 24 de Abril, no Seixal. Os resultados, desde essa data, têm sido guardados em blogues. São os registos dos olhares por onde passo, que me obrigam a fazer caminhadas, voltas de bicicleta, passeios, ondem para além do prazer da contemplação, pode surgir sempre a oportunidade de captar aquela foto.
Deste trajeto de retratos que vem de longe, o local mais fotografado tem sido sem dúvida o Seixal, seus arredores, dado que é no Concelho onde resido, dado que tem locais magníficos para fotografar, dado que tenho por esta terra afinidades e laços insolúveis.
Sendo a minha grande paixão, a Música, tenho na Fotografia, uma outra paixão, que não se esgota na imagem captada, pois tal como a Música, a edição completa o esboço, a ideia original, do que resulta, o enorme prazer de Escutar, e de Ver. E se contemplarmos as fotos ao som de uma boa música, então é perfeito.
"Se puderes olhar, vê. Se Puderes ver, repara."
José Saramago
Sendo a minha grande paixão, a Música, tenho na Fotografia, uma outra paixão, que não se esgota na imagem captada, pois tal como a Música, a edição completa o esboço, a ideia original, do que resulta, o enorme prazer de Escutar, e de Ver. E se contemplarmos as fotos ao som de uma boa música, então é perfeito.
"Se puderes olhar, vê. Se Puderes ver, repara."
José Saramago
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