Sendo este espaço rico em fotografias, faz todo o sentido divulgar um pouco sobre quem está por trás da câmara. Para começar, todas as honras de abertura vão para o excelente profissional Nelson Cruz. Aqui fica a síntese do seu percurso na arte da trabalhar a Imagem.
Nelson Cruz, natural de Seixal,
onde nasceu no ano de 1949.
Filho de um projecionista de
cinema. O gosto pelo cinema e fotografia começou ainda na adolescência.
Começando a frequentar as cabines de projecção, e a projectar filmes no ecrã
das salas de cinema onde o pai trabalhava, até ser “apanhado” por um elemento
da Inspecção Geral de Espetáculos quando projectava o filme El Cid no cinema S.
Vicente, em Paio Pires, enquanto o seu pai tinha dado uma escapadinha. Guardava
as sobras das películas que se partiam na máquina durante a projecção e tinham
de ser coladas com acetona, com essas sobras editava um filme que projectava
para a maltinha do Seixal nas escadas de sua casa, cobrando um tostão a cada
puto. A projecção era feita inicialmente numa “máquina”, construída de uma
caixa de sapatos, que recolhia na loja do Sequeira no Seixal e mais tarde, com
caixotes das embalagens de margarina, que conseguia na Cooperativa Operária de
Consumo, já mais sofisticada, e com uma lanterna, feita de uma lâmpada
eléctrica a que retirava a resistência enchendo-a com água, e rolhando-a.
É com um misto de satisfação e
curiosidade que vê o seu pai comprar uma Kodak e na ausência do progenitor
inicia a sua aprendizagem, recorrendo aos livros que a biblioteca itinerante da
Gulbenkian facultava. Para a época esta máquina já vinha equipada com alguns
acessórios, que aguçavam a curiosidade e o desperdício de rolos 120 começou a
ter início que acabavam com algumas palmadas.
Tudo o que era técnica de cinema
e fotografia era devorado até à exaustão, ainda não existiam escolas de imagem
e, foi no exército com 19 anos, que obteve as primeiras aulas sobre essas
técnicas, fotografia e cinema, tornando-se fotocine. Compra a sua 1º camera de
filmar, uma Canon de 8 m/m sonora, com duas lentes intermutáveis, encomendada
na Alemanha e é, com este equipamento e com o do exército, que é destacado para
o norte de Angola, filmando operações de combate e não só, durante 42 meses.
Passando à disponibilidade, vai trabalhar para uma multinacional em Moçambique,
ligada ao turismo e à navegação aérea e marítima, continuando com as filmagens
e reportagens fotográficas.
De regresso a Portugal em 1976,
integra como freelancer uma produtora de televisão, iniciando uma intensa
actividade nesta área como operador de camera, passando a colaborar com outras
produtoras.
No mesmo ano, “apanhado” com a
camera nas mãos num congresso partidário, é convidado a integrar os quadros da
Câmara Municipal do Seixal (na época ainda não havia concursos), começando numa
categoria que não era a sua, e onde mais tarde, lhe é entregue uma mala com
máquinas fotográficas e lhe dizem que: “Quem faz cinema e televisão, também faz
fotografia". Ora toma!
Integra a equipa do Boletim
Municipal, na altura só três elementos, fazendo todas as reportagens
fotográficas e mais tarde com a aquisição de equipamento de produção de vídeo,
inicia a recolha de imagens das iniciativas autárquicas, continuando a colaborar
com jornais locais e nacionais na fotografia. Permanece nestas funções até à
aposentação em 2012, colaborando como freelancer em produtoras de televisão
sempre que solicitado e como fotógrafo, colabora com alguma imprensa.
São mais de 50 anos de experiência,
onde passou do suporte químico, ao registo magnético, e agora ao digital,
suportes que permitem ter um acervo da sua terra, que adora fotografar.
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BOM DIA, GOSTARIA DE SABER SE TEM MEMORIAS FOTOGRÁFICAS DO MARÇO JOVEM 2000 BANDAS GARAGEM?
ResponderEliminarObrigado.