visualizações

terça-feira, 1 de outubro de 2013

os fotógrafos - Nelson Cruz

Sendo este espaço rico em fotografias, faz todo o sentido divulgar um pouco sobre quem está por trás da câmara. Para começar, todas as honras de abertura vão para o excelente profissional Nelson Cruz. Aqui fica a síntese do seu percurso na arte da trabalhar a Imagem.

Nelson Cruz, natural de Seixal, onde nasceu no ano de 1949.
Filho de um projecionista de cinema. O gosto pelo cinema e fotografia começou ainda na adolescência. Começando a frequentar as cabines de projecção, e a projectar filmes no ecrã das salas de cinema onde o pai trabalhava, até ser “apanhado” por um elemento da Inspecção Geral de Espetáculos quando projectava o filme El Cid no cinema S. Vicente, em Paio Pires, enquanto o seu pai tinha dado uma escapadinha. Guardava as sobras das películas que se partiam na máquina durante a projecção e tinham de ser coladas com acetona, com essas sobras editava um filme que projectava para a maltinha do Seixal nas escadas de sua casa, cobrando um tostão a cada puto. A projecção era feita inicialmente numa “máquina”, construída de uma caixa de sapatos, que recolhia na loja do Sequeira no Seixal e mais tarde, com caixotes das embalagens de margarina, que conseguia na Cooperativa Operária de Consumo, já mais sofisticada, e com uma lanterna, feita de uma lâmpada eléctrica a que retirava a resistência enchendo-a com água, e rolhando-a.
É com um misto de satisfação e curiosidade que vê o seu pai comprar uma Kodak e na ausência do progenitor inicia a sua aprendizagem, recorrendo aos livros que a biblioteca itinerante da Gulbenkian facultava. Para a época esta máquina já vinha equipada com alguns acessórios, que aguçavam a curiosidade e o desperdício de rolos 120 começou a ter início que acabavam com algumas palmadas.
Tudo o que era técnica de cinema e fotografia era devorado até à exaustão, ainda não existiam escolas de imagem e, foi no exército com 19 anos, que obteve as primeiras aulas sobre essas técnicas, fotografia e cinema, tornando-se fotocine. Compra a sua 1º camera de filmar, uma Canon de 8 m/m sonora, com duas lentes intermutáveis, encomendada na Alemanha e é, com este equipamento e com o do exército, que é destacado para o norte de Angola, filmando operações de combate e não só, durante 42 meses. Passando à disponibilidade, vai trabalhar para uma multinacional em Moçambique, ligada ao turismo e à navegação aérea e marítima, continuando com as filmagens e reportagens fotográficas.
De regresso a Portugal em 1976, integra como freelancer uma produtora de televisão, iniciando uma intensa actividade nesta área como operador de camera, passando a colaborar com outras produtoras.
No mesmo ano, “apanhado” com a camera nas mãos num congresso partidário, é convidado a integrar os quadros da Câmara Municipal do Seixal (na época ainda não havia concursos), começando numa categoria que não era a sua, e onde mais tarde, lhe é entregue uma mala com máquinas fotográficas e lhe dizem que: “Quem faz cinema e televisão, também faz fotografia". Ora toma!
Integra a equipa do Boletim Municipal, na altura só três elementos, fazendo todas as reportagens fotográficas e mais tarde com a aquisição de equipamento de produção de vídeo, inicia a recolha de imagens das iniciativas autárquicas, continuando a colaborar com jornais locais e nacionais na fotografia. Permanece nestas funções até à aposentação em 2012, colaborando como freelancer em produtoras de televisão sempre que solicitado e como fotógrafo, colabora com alguma imprensa.
São mais de 50 anos de experiência, onde passou do suporte químico, ao registo magnético, e agora ao digital, suportes que permitem ter um acervo da sua terra, que adora fotografar.


1 comentário:

  1. BOM DIA, GOSTARIA DE SABER SE TEM MEMORIAS FOTOGRÁFICAS DO MARÇO JOVEM 2000 BANDAS GARAGEM?
    Obrigado.

    ResponderEliminar